As doenças cardíacas em gatos afetam aproximadamente 15% da população felina global. A primeira informação que todo tutor precisa ter é que elas são mais comuns em gatos idosos, mas podem atingir gatinhos de todas as idades.
Os sinais podem não ser muito claros para o tutor, além de serem comuns a diversas outras doenças, por isso a realização de check-up anual é tão importante!
Mas quais são os primeiros sinais de alerta para doenças cardíacas em gatos?
Gatinhos que estão passando por cardiomiopatias podem apresentar dificuldade respiratória (respiração acelerada, língua para fora, coloração da língua). Apatia, falta de apetite, letargia extrema, vômitos persistentes, desmaios e paralisia de membros requerem atendimento imediato.
Entendendo as Cardiomiopatias Felinas
As cardiomiopatias são as doenças cardíacas mais comuns em gatos, sendo responsáveis por aproximadamente 95% dos problemas cardíacos. Entre as diversas formas de cardiomiopatia, duas se destacam pela sua prevalência e impacto na saúde felina.
Cardiomiopatia Restritiva Felina (CMR)
A CMR apresenta-se como uma condição distinta, caracterizada pela formação de tecido cicatricial no músculo cardíaco. Este processo de fibrose torna o coração progressivamente mais rígido e menos eficiente em suas funções básicas. A condição afeta principalmente o ventrículo esquerdo, comprometendo sua capacidade de relaxamento e aumentando o risco de formação de coágulos sanguíneos.
O diagnóstico das cardiomiopatias felinas requer uma abordagem abrangente e multimodal. O ecocardiograma com Doppler colorido permanece como o padrão-ouro para avaliação cardíaca, permitindo a visualização detalhada das estruturas do coração e sua função.
Muitas vezes o diagnóstico começara com radiografias torácicas em diferentes posições, para avaliar o tamanho cardíaco e a presença de congestão pulmonar. Em alguns casos pode ser necessário também ressonância magnética cardíaca.
A investigação laboratorial desempenha papel crucial no diagnóstico e acompanhamento. A medição dos níveis de peptídeos natriuréticos (NT-proBNP) e troponina cardíaca pode indicar lesão ou estresse do músculo cardíaco. Exames complementares como hemograma, perfil bioquímico e avaliação da função tireoidiana são essenciais para uma compreensão completa do estado de saúde do animal.
Cardiomiopatia Hipertrófica Felina (CMH)
A cardiomiopatia hipertrófica felina caracteriza-se pelo espessamento anormal das paredes do ventrículo esquerdo do coração. Esta alteração estrutural compromete significativamente tanto o enchimento quanto o esvaziamento adequado do coração, podendo resultar em complicações graves que ameaçam a vida do gatinho.
O componente genético da CMH é particularmente significativo. Gatos das raças Maine Coon, Ragdoll, Persa, Sagrado da Birmânia e Britânico de Pelo Curto apresentam predisposição para desenvolver a doença. Embora a CMH seja mais comum em gatos entre 2 e 7 anos de idade, ela pode se manifestar em qualquer fase da vida, com uma prevalência ligeiramente maior em machos.
Os sinais clínicos da CMH frequentemente se desenvolvem de forma gradual e sutil. Nos estágios iniciais, os tutores podem notar pequenas mudanças no comportamento do animal, como uma diminuição na disposição para brincar ou alterações no padrão respiratório durante o sono. À medida que a doença progride, sinais mais evidentes podem surgir, incluindo respiração ofegante, episódios de respiração de boca aberta e, em casos mais graves, desmaios súbitos ou paralisia das patas traseiras devido a tromboembolismo.
Como é feito o tratamento das doenças cardíacas em gatos?
O tratamento das cardiomiopatias felinas requer uma abordagem individualizada e adaptativa. A terapia medicamentosa frequentemente inclui uma combinação de fármacos como beta-bloqueadores, que ajudam a controlar a frequência cardíaca, e bloqueadores dos canais de cálcio, que melhoram o relaxamento do músculo cardíaco. Em casos de congestão, diuréticos são frequentemente necessários, enquanto anticoagulantes podem ser prescritos para prevenir a formação de trombos.
A terapia complementar pode incluir suplementação com taurina, ácidos graxos ômega-3 e, em casos selecionados, coenzima Q10. Estas substâncias podem oferecer benefícios adicionais para a saúde cardíaca, embora seu uso deva ser sempre discutido com o veterinário responsável.
Quais os cuidados o tutor deve ter com o gato após um diagnóstico de gato cardiopata?
A qualidade de vida de um gato cardiopata vai além da medicação, englobando modificações importantes no ambiente e na rotina do animal. O ambiente doméstico deve ser adaptado para minimizar o estresse e facilitar a mobilidade do pet. Isso inclui a disposição estratégica dos recursos essenciais como água, alimento e caixa sanitária em locais de fácil acesso.
A nutrição desempenha papel fundamental no tratamento. Uma dieta adequada, com controle de sódio e suplementação apropriada de taurina, deve ser estabelecida. As refeições devem ser distribuídas em pequenas porções ao longo do dia para evitar sobrecarga cardíaca durante a digestão.
O acompanhamento regular também é essencial para o sucesso do tratamento. Gatos com condição estável devem ser avaliados a cada três a seis meses, enquanto casos mais graves podem requerer visitas mensais ou quinzenais. Durante estas avaliações, diversos parâmetros são monitorados, incluindo frequência respiratória em repouso, peso corporal, apetite e nível de atividade.
Aprenda a reconhecer os sinais de emergência
Tutores de gatos cardiopatas devem estar sempre preparados e atentos a sinais que indiquem piora no quadro de saúde do seu gatinho.
- Dificuldade respiratória severa (respiração ofegante, língua para fora, língua azulada ou arroxeada)
- Vômitos persistentes
- Desmaios
- Letargia extrema (não querer se levantar)
- Paralisia de membros
Nestes casos é preciso levar o seu gato imediatamente para atendimento médico.
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Lembre-se: quanto antes o diagnóstico for realizado melhor será a qualidade de vida do seu gatinho. Conte conosco!